O Programa Experimento, criado pela Siemens Stiftung e promovido pela Fundação Siemens no Brasil, é baseado na educação STEAM.

Existem muitas definições e interpretações para essa metodologia, mas de maneira geral, é o ensino integrado e aplicado de conhecimentos de Ciência (Science), Tecnologia (Technology), Engenharia (Engineering), Artes (Arts) e Matemática (Math) – as iniciais em inglês dão origem à sigla STEAM. O aprendizado gira em torno do desenvolvimento de soluções tecnológicas e de resoluções de problemas do mundo real, a partir da construção de projetos.

Os alunos são convidados a investigarem, propondo e criando experimentos. A integração entre as cinco áreas os estimula a colocarem a mão na massa, utilizando os conhecimentos que possuem e adquirindo novas aprendizagens, de forma ativa e contextualizada. “A educação STEAM, dado seu caráter multidisciplinar, prepara os alunos para os desafios contemporâneos à medida em que os auxilia a desenvolver valores e habilidades socioemocionais”, explica Mariana Abrahão, bióloga e educadora, parceira da Fundação Siemens na formação de professores.

A origem da educação STEAM

O movimento surgiu nos Estados Unidos, quando, no início dos anos 2000, alguns relatórios apontaram a queda do interesse de jovens em seguir carreiras profissionais nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, o que se deveu, em grande parte, ao modelo de ensino tradicional e ultrapassado de transmissão de conhecimentos de forma rígida e sem aplicação prática. “O país logo percebeu o impacto negativo que este fator poderia ter na criação de mão de obra qualificada, afetando não somente os indicadores de desempenho escolar, mas também a indústria como um todo”, conta Mariana.

Assim foi criado o currículo STEM, inicialmente sem o “A”, de Artes, para fomentar o interesse dos estudantes por essas carreiras. “Logo o conceito se espalhou para os outros países, dada a grande importância que a inovação, aliada às transformações tecnocientíficas, adquiriu nas sociedades, influenciando até a esfera política. Na época, os Estados Unidos já davam indícios de estar com recursos humanos escassos nas áreas STEM e criou essas ações educacionais para melhorar sua força técnica e garantir sua liderança econômica no cenário mundial”, complementam João Guilherme Camargo dos Santos e Luziene Aparecida Grandi, professores da Escola de Inventor, de Ribeirão Preto, também parceira da Fundação Siemens no Programa Experimento. 

As vantagens da educação STEAM

Nessa abordagem ativa, o aluno é o responsável pela construção do seu saber. “Ao professor cabe apoiar a formação de um cidadão crítico, autônomo, não apenas um memorizador e reprodutor dos conhecimentos, mas um sujeito histórico e social que aprende, integra e cria algo novo”, explicam os educadores da Escola de Inventor.

A prática não fica apenas na sala de aula, acaba extrapolando também para as atividades cotidianas e contribuindo para que sejam cidadãos mais resilientes, reflexivos e colaborativos, além de tolerantes a diferentes pontos de vista e opiniões. “Essas são habilidades essenciais para o cidadão do século 21, que deve se adaptar constantemente às rápidas mudanças da sociedade e a tantos desafios que encontramos em nossa rotina”, comenta Mariana.

Ela reforça o envolvimento do estudante na aula como vantagem: “A curiosidade vem sendo cada vez mais reduzida nos jovens, que possuem todas as respostas na palma de suas mãos, em um smartphone, e que assistem cerca de cinco horas de aulas por dia em que as respostas são dadas juntamente com as perguntas, pelos próprios professores”. O STEAM aguça a curiosidade e estimula o protagonismo.

5 características da educação STEAM